MAURICE RAVEL (1875-1937)
FRANCÊS – ESCOLA NACIONALISTA FRANCESA/IMPRESSIONISMO - 88 OBRAS
Nº de catálogo: M.72
Ano da composição: 1919 – 1920
Primeira apresentação: 12 de dezembro de 1920, em Paris
Dedicatória: Misia Sert
Estilo: Início do século XX
Orquestra | Instrumentação:
3 flautas (3ª também Piccolo), 2 oboés, corne-inglês, 2 clarinetas (A), clarineta baixo (A), 2 fagotes, contrafagotes, 4 trompas (F), 3 trompetes (C), 3 trombones, tuba, tímpanos, bumbo, tarola (snare drum), címbalos, triângulo, tamborim, tam-tam, guiro, Glockenspiel, 2 harpas, cordas.
La Valse é uma obra orquestral concebida como uma homenagem, em forma de apoteose, à valsa vienense. É classificada por seu autor como "Poema Coreográfico", em função de seu desejo de vê-la como um bailado. Ele chegou a apresentá-la ao empresário Serguei Diaghilev em 1919, mas este não a considerou adequada para um balé.
Maurice Ravel já havia pensado em realizar uma obra em homenagem à valsa de Viena por volta de 1909. Seria uma obra dotada de romantismo, bem ao espírito da época. No início de 1916, ele se engaja no exército, interrompendo assim a sua produção musical. Quando em setembro de 1917 recebe baixa, volta a compor, porém em ritmo mais lento visto que seu estado de saúde não era bom. Termina uma série de seis peças para piano denominada "Le Tombeau de Couperin" e para novamente. Só em 1919 volta a se dedicar a uma composição: La Valse. Conforme suas palavras: "Concebi esta obra como uma espécie de apoteose da valsa vienense, à qual se mistura, em meu espírito, a impressão de um giro fantástico e fatal. Situo esta valsa em um palácio imperial, lá por volta do ano de 1855."
Como uma indicação para uma montagem coreográfica, no prefácio da partitura, ele escreveu:
" Através de nuvens turbilhantes, são vistos aqui e ali pares que valsam. A névoa se dissipa gradualmente, distinguindo-se um imenso salão povoado por uma multidão que baila. A cena se torna cada vez mais iluminada. As luzes dos candelabros se acendem(…). Encenada na corte imperial, por volta de 1855."
Ele apresentou esta obra a Serguei Diaghilev, dono da companhia de balé Ballets Russes, que a recusou por não achá-la apropriada para um bailado. Devido aos horrores da guerra que ele presenciou, a obra perdeu parte do romantismo que havia concebido inicialmente. O ritmo de valsa é misturado a imagens musicais, por vezes caóticas e muitas vezes nervosas.
Ravel fez a estreia da obra em versão orquestral no dia 12 de dezembro de 1920, nos Concertos Lamoureux, em Paris, sob a direção de Camille Chevillard..
Como balé, foi encenado pela primeira vez em 23 de maio de 1929, na Ópera de Paris, tendo como bailarina Ida Rubinstein.
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FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
Tradução e adaptação dos textos: Elza Costa